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Notas à margem

Textos escritos em cadernos, em guardanapos, em folhas encontradas ao acaso, sempre a propósito, nunca de propósito. isto é "vou escrever sobre isto". Não é assim que funciono.

Textos escritos em cadernos, em guardanapos, em folhas encontradas ao acaso, sempre a propósito, nunca de propósito. isto é "vou escrever sobre isto". Não é assim que funciono.

Notas à margem

28
Jan23

Parte VI - o fascismo com os corninhos ao sol - 34

Zé Onofre

34

(Depois não digam que repito os textos. A isso me obrigam)

023/01/27

 

Nestes tempos que correm

Há muitas faces com cor alteradas

Não sei se é a cor que é trocada,

Ou se é maquilhagem tirada

Mostrando a tez verdadeira,

Agora que já lá vai a negra geada,

Já podem tirar a máscara inteira.

 

Agora está bem, está bem

Há pessoas que, já sem pudor,

Mostram as faces que têm.

Agora está pior, está pior

Afirmam que querem ir além,

Mas querem é o velho ditador.

 

Há quem pense e nisso insista

Que basta a consciência democrata

Contra o discurso revanchista

Que luta por um regime autocrata,

Terreno onde germina o estado fascista

Que o liberalismo no seu peito trata.

 

Agora está bem, está bem

Há pessoas que, já sem pudor,

Mostram as faces que têm.

Agora está pior, está pior

Afirmam que querem ir além,

Mas querem é o velho ditador.

 

Vamos agora falar sem rodeios,

Com clareza. A democracia liberal,

Ou apenas democracia são meios

De defender a ditadura do capital.

Não se estranhe, portanto, o receio

Que têm de uma ditadura social.

 

Agora está bem, está bem

Há pessoas que, já sem pudor,

Mostram as faces que têm.

Agora está pior, está pior

Afirmam que querem ir além,

Mas querem é o velho ditador.

         Zé Onofre

 

26
Jan23

Dia de Hoje Fora do baralho

Zé Onofre

Fora do baralho

 

023/01/26

 

 

Carta aberta (a propósito e de propósito)

 

A quem de direito

 

Virtuais amigos, leitores persistentes dos meus textos, leitores passageiros e leitores que, certamente para vossa paz de espírito, quando ledes quem assina, passais à frente rapidamente.

A todos vós respeito por igual. Apreciando, ou não, concordando, ou não o que escreveis e que é possível ler.

Há um assunto que me incomoda. Não sei se a algum de vós aconteceu o que vou descrever.

Todavia, antes de ir ao que aqui me trouxe tenho a lamentar que alguns autores se tenham afastado deste espaço. Abandonaram porque se sentiram incomodados por comentários maldosos, indelicados, ou insolentes. A esses, que partiram para outras paragens, peço-vos que se de qualquer modo puderdes contatar com eles, lhe manifesteis a minha solidariedade.

Agora vamos ao que aqui me trouxe.

Entrei nesta aventura para decidir o que fazer à papelada que jazia em gavetas, malas, caixas.

Se fossem lidos, criticados, seguiriam a sua vida livre de mim, como seres autónomos e livres.

Se passassem desapercebidos, sem mexerem com algum de vós, seguiriam diretamente para a cremação, mortas que estavam.

Foi assim, que com ansiedade, criei o blog “Das eras”. Após algumas publicações, de uns cadáveres adiados, houve leitores generosos, de certeza, que lhes deram um segundo sopro de vida. Continuei.

Conforme exumava as folhas amarelas e cadavéricas, das tumbas onde em paz jaziam, verifiquei que algumas estariam deslocadas sobre os objetivos de “Das eras”. Decidi, assim, criar um outro que batizei de “Notas à margem”. Com este nome porque se encontravam depositados nas margens de cadernos, folhas de congressos, apontamentos de ações de formação, de reuniões sindicais, reuniões de direção de associações enfim, onde houvesse espaço para rabiscar umas palavras.

Estes blogs, que eu imaginei inócuos para o meu dia-a-dia, fizeram com que eu lesse outros textos, conhecesse aqui “outras gentes”, como não consegui ficar com as mãos quietas pus-me a comentá-los nos lugares próprios. Comentava-os com tanto entusiasmo que a uma certa altura um autor escreveu, chamando-me a atenção para o fato de estar a invadir o espaço de outrem, que me contivesse.

Aceitei o reparo, comecei a escrever comentários mais breves que guardávamos para desenvolver. Nascia uma nova página – “Comentários”. Ao início mandava-os à vida sem referência às suas raízes. Entretanto concluí que eles não estariam completos sem referência aos autores e aos textos que contribuíram para que os “comentários” germinassem.

A vida não parou. Coisas aconteceram. Uns mais agradáveis, outros menos – dependendo do ponto de vista. As leituras aumentando. Provocaram observações escritas a propósito e nunca de propósito.

Consultando os meus botões concluí que não faria qualquer sentido incluí-los nas páginas já criadas. Vai daí surgiram “Spartacus” e “Dia de hoje”.

Tudo corria na paz dos anjos. Escrevia, publicava e logo a seguir surgiam em os “Últimos posts”. Para não ocupar espaço alheio e porque havia alguns textos que me mereciam mais espaço para expor o que eles me sugeriam lá chegou “Comentários longos”.

Parece que este Blog fez turbulência cá no Charco. Ao fim de duas ou três publicações caiu à lama. Ainda tentei compreender qual a razão de tal naufrágio. Deram-me algumas explicações que não digeri bem e fiz de conta que eram suficientes e continuei.

Para meu desagradado espanto o mesmo foi acontecendo com os outras páginas que foram sendo “blo(g)queados”. Neste momento apenas o que publico no “Notas à margem” vão até aos “Últimos posts”, contudo apenas um por dia.

Para dizer com toda a sinceridade não entendo estes critérios. Um dia destes dei conta que um mesmo autor publicou dois textos com intervalo de dois minutos que foram honrosamente expostos em os “Últimos posts”.

Por isso pergunto-vos se já algo assim aconteceu convosco, ou se eu é que sou o privilegiado.

Todavia para quem de direito as perguntas são outras.

Será por estarem carregados de erros ortográficos?

Será por terem a pontuação mal colocada?

Será devido a gravíssimos erros de sintaxe?

Será por pensar retrogradamente?

Será por pensar cinquenta anos à frente como me dizia um amigo de infância?

Será por motivos ideológicos?

Será que insultei – embora já tenha sido insultado - alguém inadvertidamente?

Ou será, talvez por o meu nome (Onofre) ser malcriado como dizia uma sobrinha de uma colega na Escola onde me formei professor?

Seja qual for o motivo, para esta distinção, gostava de a conhecer.

Zé Onofre (de registo de nascimento Onofre José da Mota Barbosa)

25
Jan23

Histórias de A a Z para aprender a ler e escrever - Livro II - O ouvido do rei

Zé Onofre

                                                                   O ouvido do rei

O OUVIDO DO REI.jpg

 

Conta o povo, ou a lenda,

Ou talvez o povo tenha feito a lenda.

Agora o povo diz que há uma lenda

Mais velha que os avós, dos avós dos seus avós.

 

No velho Castelo, lá no alto do Outeiro,

Viveu antigamente um rei igual a todos os reis

De todos os tempos e de todas as lendas.

Caçava javalis, veados e ursos nas suas matas.

Que quando não caçava, guerreava outros reis.

 

Nos intervalos das caçadas e das guerras

Arranjava tempo para atender pessoalmente

Os seus súbditos. Da mais alta nobreza e clero

Ao mais baixo dos pés descalços,

Justiça aqui lhe seja feita.

 

Numa das audições ouviu dois senhores,

Da mais alta nobreza do seu reino.

Uma questão de caça. D. Beltrão acusava

  1. Beltrano de ter caçado o melhor veado

Que bicho como aquele, só aquele.

 

  1. Beltrano ia replicar

Porem, foi interrompido pelo rei.

  1. Beltrão, entre nós que ninguém ouve,

Não terá caído, um veado igual ao seu

Da Mata de D. Beltrano, ao seu caldeirão?

  1. Beltrão ficou corado de vergonha.
  2. Beltrano ficou vermelho de fúria.

 

Num outro dia atendeu dois lavradores

Desavindos à quebra de um acordo feito,

Em nome dos seus filhos, ainda crianças.

O sr. José da Póvoa prometeu o seu filho

Alberto, à Anita filha do sr. António da Horta.

 

Ao fazerem tal acordo difícil seria não dar asneira.

É verdade que a Anita e o Alberto gostam-se,

Como amigos. Se não o fossem seria de estranhar.

Brincaram às casinhas desde pequeninos.

Agora para casar Anita ama o Manel da Eira.

 

O que acordaram ficou lá no passado

E deixem os dois pombinhos casarem-se.

Já longe do Castelo, na ladeira do Outeiro

Dizia o sr. António ao compadre José.

Antes de nos teres levado ao sr. rei,

Falávamos e entre nós resolvíamos o caso.

Ó compadre, sabes que não sou queixinhas.

Diz-me então compadre, como o sabia o rei?

 

Estes casos do rei saber tudo sobre todos,

Pôs o reino numa maldita confusão.

Cada vizinho acusava o outro

De o rei lhe pagar para ser espião.

  

O rei cansado de ouvir tanta desavença,

Decidiu acabar com os mal-entendidos

Antes que o povo armasse uma explosão.

Para isso tinha que desvendar o seu segredo,

O que não lhe agradava de modo algum,

Todavia, pior seria sangue a correr pelo chão.

 

Convocou para o seu Castelo do Outeiro

Todo o Povo para acalmar a sua Nação.

Da varanda arengou no estilo do costume.

Senhores nobres, bispos e padres,

Abades, abadessas, freiras e frades,

Lavradores, pescadores, tecelões e tecedeiras.

Meu Povo.

  

Quando já todos mostravam impaciência,

Convoquei-vos hoje aqui para vos garantir

Que no reino não há, não houve nem haverá,

Espião ou espia, coscuvilheiro ou coscuvilheira

Que me façam chegar aos ouvidos a vossa vida.

 

Meu povo, há aqui no alto do Outeiro,

Junto ao Castelo, um penedo orelhudo,

A que resolvi chamar o ouvido do rei,

Porque encostando lá o meu

Permite-me ouvir tudo que se passa

Perto do Outeiro, ou nos longes do reino.

 

Um oh, um só oh de incredulidade subiu

Da multidão reunida até ao rei.

Não levando a mal tamanha desconfiança

Disse com um sorriso. Com certeza  

Não duvidareis de uma inocente criança.

 

Tu, que ris incrédulo, vai até ao orelhudo,

Que desço para ir lá ter contigo, vamos.

Encontraram-se junto ao Penedo.

Encosta o teu ouvido ao Orelhudo.

O rapazinho, ainda desconfiado, assim fez.

 

Primeiro começou a sorrir, a rir baixinho

Por fim desatou à gargalhada.

O povo quis saber que diabo se passava.

Ouço um padre a rezar a missa em latim.

Agora o Romão remendão canta e bate a sola.

Longe, um lavrador chama o preto e o amarelo.

Podeis acreditar aqui o penedo do Outeiro

É o verdadeiro ouvido do senhor rei.

 

O castelo já ruiu,

O rei do Outeiro morreu,

O ouvido do rei ainda está lá.

Quem acreditar, acredita,

Quem não acreditar

Vá lá escutar.

24
Jan23

Dia de hoje 88

Zé Onofre

               88

 

023/01/24

 

Triste humanidade,

Esta, a que chegamos.

 

Desde que se coroou

Com os louros de civilizada,

Regrediu,

Não à selvajaria de onde emergiu,

Mas nos sentimentos de igualdade.

 

Triste humanidade,

Esta, a que chegamos.

 

O sentimento de igualdade

Transformou-se

No sentimento de posse,

De poder sobre os mais fracos,

De hostilidade

Contra os vizinhos.

 

Triste humanidade,

Esta, a que chegamos.

 

Tudo se transformou em mercadoria.

Desde os bens mais básicos

Como os alimentos,

O trabalho que sustenta a vida,

A terra e o mar,

A natureza com os seus recursos,

Os homens e o seu génio,

A arte e a educação,

A saúde,

Tudo se transformou

Em bens de troca e consumo.

Até o corpo das mulheres

Tem um preço à hora,

E os sem vergonha

Que tudo podem e possuem,

Civilizadamente evoluídos,

Chamam, a este tráfico de carne humana,

A mais velha profissão do Mundo.

 

Triste humanidade,

Esta, a que chegamos.

  Zé Onofre

22
Jan23

Comentário 306

Zé Onofre

 306 

 023/01/22

 

Sobre, Água, não é só água. Maria Soares,12.01.23 em narrativas.blogs.sapo.pt/

A água,

No seu ciclo eterno,

Leva consigo memórias

De pessoas.

Choros e alegrias,

Canções de amor e luta,

Palavras meigas e violentas,

Palavras de paz e guerra,

Palavras triviais e complexas,

 

A água,

No seu ciclo eterno,

Leva consigo memórias

De dias serenos e tempestades,

De ventos e ventanias.

De brisas e vendavais

De dias calmos e de furacões.

 

A água,

No seu ciclo eterno,

Leva consigo memórias

De corpos estendidos

Nas margens

De rios, lagos e mares,

De corpos flutuando

Nas correntes e nas ondas.

 

A água,

No seu ciclo eterno,

Leva consigo memórias

De leves fios de água

Descendo dos montes.

Correndo por rápidos e cataratas,

Serpenteando por planícies,

Ate adormecerem no mar.

 

A água,

No seu ciclo eterno,

Leva consigo memórias

De dias sem história,

De dias de festas engalanados,

De dias assombrados,

Por catástrofes naturais,

Ou pela insanidade humana.

 

A água,

No seu ciclo eterno,

Leva consigo memórias

Do fundo dos tempos,

Gravando o presente.

Que seguem para o futuro

Que está já ali à esquina

Onde o menos infinito

Se une ao mais infinito.

   Zé Onofre

21
Jan23

Histórias de A a Z para aprender a ler e escrever - Livro II - Eugénia no penedo

Zé Onofre

Eugénia no Penedo

EUGÉNIA NO PENEDO.jpg

Como todos os anos,

Eugénia,

Marido e filhos,

Visitava os seus pais pelo Natal

Na aldeia onde nascera.

 

Vinha uns dias mais cedo

Para conviver com os irmãos,

Com os sobrinhos.

Como era reconfortante

Ver os primos correrem na brincadeira,

Pelos cantos e recantos da velha casa,

Era ver-se com os irmãos naquela idade.

 

Em uma das tardes daqueles dias

Foi-se afastando.

Encontrou-se sentada no penedo,

Onde em menina se sentava

Quando se sentia só,

Triste,

Sem saber o por quê.

 

Pôs-se a olhar para dentro.

Via

A paisagem que conhecera,

Não aquela

Que agora de olhos abertos

Via com tristeza.

 

Fechava os olhos.

Um pequeno ribeiro

Correndo forte no inverno,

Leve no verão.

No verão,

Era um cantar cristalino de pedra em pedra.

No inverno,

Era uma voz furiosa,

Imitando os grandes rios,

Subindo e alagando os campos que o marginavam.

Fosse verão, ou inverno,

Fazia caminho ladeado de verde.

 

Abre os olhos.

Uma serpente preta

Percorre o caminho do ribeirito,

Levando veículos de todas as cores e feitios,

Em altas, ou baixas velocidades,

Todos defumando o ar que respiramos.

 

Olhando no seu interior

Vê matas de pinheiros,

Carvalhos e sobreiros.

Lá no meio deles,

Como carta fora do baralho,

Um enorme eucalipto,

Com eles cavalgava montes acima.

 

Abre os olhos.

O verde das árvores encolheu,

Muitas clareiras o rasgaram.

Cores vivas

Acompanham

O que resta do arvoredo

Até ao cimo do monte.

 

Olha no seu passado.

Lá estão as suas amigas,

A Lola, a Júlia e a Amélia.

Estavam a jogar à macaca,

Às pedrinhas,

O quino pedreiro,

A saltar à corda

À volta do enorme eucalipto.

Depois vê-se aninhada

Aos pés do forte eucalipto

Que a abraçava com as suas fortes raízes.

  

Duas lágrimas

Rolam agora pelo rosto de Eugénia.

Está a ver o seu eucalipto,

Que fora vilmente vendido,

Ser abatido.

O Toninho trepa-o com uma corda.

Chega ao alto e laça-lhe um ramo.

Em baixo, o Quinzinho e o Gaspar

Esperam que a serra acabe o serviço

Para lentamente depositarem no chão

O cano decepado.

Assim

Ramo após ramo,

O eucalipto nu

Tomba estrondosamente por terra.

 

Agora uma voz chamava,

Eugénia, Eugénia, …

Não eram as vozes verdes

Das suas amigas da infância.

Era a voz

Forte e madura do seu marido

Que lhe abria os olhos.

Eugénia, antes de os abrir,

Deu um último adeus ao seu eucalipto.

Ao último chamo,

Levantou-se e foi ter com a família.

21
Jan23

Dia de hoje 87

Zé Onofre

   87

 

023/01/21

 

Ó ingenuidade da juventude,

Que em tudo vê o melhor dos mundos.

Ó ingenuidade de estudante,

Fechado no interior de si mesmo,

Da família

E de um país fechado

Num romantismo heroico tardio.

 

Ó ingenuidade bovina

Que olha para um palácio,

Sem nada entender se enleva

Nas novidades da revolução industrial,

No início de um mundo robotizado.

 

Ó ingenuidade ignorante

Que acredita piamente

Nos avanços das máquinas

E da futura robótica

Como libertação da humanidade

Das correntes de trabalhos esforçados,

Trabalho de escravos,

Das correntes do tempo

Que o impedem de gozar

Todas as belezas

Que a natureza contém

E aquelas que o génio Humano

Cria também.

 

Que tombo na dura realidade

Que nenhum “manto diáfano da fantasia”

Cobre e se deixa ver em todo o seu horror.

Que amargura

Verificar

Que tudo que o “engenho e a arte” criaram

São apenas para usufruto de uma elite

Minoritária e prepotente que de tudo se apodera.

 

Quanta revolta então nasce

Nos que se veem arredados,

Espoliados, do que naturalmente

A toda a Humanidade pertence,

 

Que humilhação quando se descobre

Que há a Humanidade e os outros

E que os outros somos os de sempre.

Escravos na Roma e Grécia antigas.

Servos da gleba medievais.

Escravos dos impérios coloniais.

Assalariados nos tempos atuais.

Zé Onofre

20
Jan23

Rebusco 12

Zé Onofre

               12

 

978/07/17

 

Olho esta pedra.

Sei que é uma pedra.

 

Posso dizer mais,

É uma amostra de rocha granítica.

 

Posso acrescentar,

É formada por quartzo, mica e feldspato.

 

Posso pormenorizar.

O quartzo é mineral cristalino

Que cristaliza no sistema hexagonal.

 

A mica é um mineral cristalino.

Sendo um cristal monoclínico.

 

Do feldspato não sei o que dizer,

Mas que entra na constituição do granito

Ai isso entra.

 

Olho as coisas

E sei o que são.

Olho as coisas

Tento sabê-las.


Olho tudo

Agregado,

Esmagado,

Temperado,

Com um quantum de luz,

Uns mícrones de pó estelar.

 

Digo com humildade.

Já não sei nada.

  Zé Onofre

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