Viagem ao luar
Há quem diga,
Com verdade, ou fantasia,
Que as noites de luar,
São repletas de magia.
Daniel, disso, nada sabia.
Uma noite, profundamente
Adormecido, em noite luarenta,
Uma voz chamou-o suavemente.
Esfregou os olhos e os ouvidos,
Olhou e escutou em redor.
Não viu pai, nem mãe,
Nem o mano menor.
Virou-se para adormecer.
Uma voz doce veio da janela
E de novo chamou o Daniel.
Quem teria uma voz como aquela?
Levantou-se com decisão.
Não aguentava a ansiedade.
Estava agora decidido
A descobrir a verdade.
Afastou um pouco a cortina.
Encostada ao vidro, uma bela
Uma flor chamava-o para a noite.
Era uma grande dália amarela.
Daniel, como que hipnotizado,
Abriu a janela e logo saltou
Para o caule curvo da dália.
E a dália como uma águia voou.
Onde vamos, ó minha dália,
Perguntou o Daniel. Sei lá eu,
A dália replicou. Sou só boleia,
Daniel. És o condutor o destino é teu.
Passaram o largo da igreja. A torre
Sobre o casario estava de atalaia,
Ao passar pelo cume do monte agreste,
Daniel decidiu. Dália, vamos à praia.
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A dália levou-o sobre rios, montes
E vales, vilas e uma grande cidade
E lá ao longe um espelho líquido
Onde o luar ganhava intensidade.
Daniel estava tão encantado,
Com o que nunca pensou ver.
Dália a viagem foi muito linda,
Mas o sol está para nascer.
A dália deixou-o num instante em casa.
Daniel não se demorou a deitar.
A sua mãe já não demoraria
A dar-lhe um beijo para o acordar.
A caminho da escola passou a mão
Pela dália. – Daniel deixa-te de ternuras.
- Dália, não fiques triste, a minha mãe
Não sabe das nossas aventuras.
Zé Onofre