Histórias de A a Z para aprender a ler e escrever - Livro II - Egas e o eco
Egas e o eco
Já com a porta quase fechada,
Egas gritou,
Mãe,
Vou dar uma volta.
Foi pela estrada,
Seguindo os seus passos
Que o levaram por caminhos de carros de bois,
Caminhos de cabras.
Passou
Por pinheiros e eucaliptos,
Carvalhos e sobreiros
Para parar numa clareira de erva verde.
Ali sentado
Prestou atenção aos sons.
Por entre o canto da passarada
Erguia-se um canto mais agudo.
Ah! Bem me parecia.
A tua casa está aqui, meu lindinho
De asas pretas douradas,
E tu estás aí dentro?
“Grilinho sai, sai
Que aí vem o teu pai
Com uma faca de aguilhão
Para te espetar o coração.”
Mais tarde estava sentado
Numa pedreira via lá em baixo
O verde manchado de telhas,
O rio que parecia parado no tempo.
Agora, destemido
Subia o fragão.
Sorte a sua não chegou alto
Pois caiu com um profundo Ai!
Lá longe,
Uma voz gozava com ele
Repetindo o seu grito
Ai… ai… ai… a…i.
Egas deu um salto
Prontinho para fugir,
Parou e disse alto
Que palerma é o eco.
A voz de longe,
Que palerma é o eco…
…Palerma é o eco…
…O e…c…o…
Egas apercebeu-se que a tarde acabava.
Levantou-se dizendo,
Até amanhã eco!
E o eco
Até amanhã eco
…Amanhã eco
…Manhã e…c…o…
Zé Onofre