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Notas à margem

Textos escritos em cadernos, em guardanapos, em folhas encontradas ao acaso, sempre a propósito, nunca de propósito. isto é "vou escrever sobre isto". Não é assim que funciono.

Textos escritos em cadernos, em guardanapos, em folhas encontradas ao acaso, sempre a propósito, nunca de propósito. isto é "vou escrever sobre isto". Não é assim que funciono.

Notas à margem

18
Dez22

Histórias de A a Z para aprender a ler e escrever - Livro II - Egas e o eco

Zé Onofre

                                                    Egas e o eco

EGAS E O ECO.jpg

Já com a porta quase fechada,

Egas gritou,

Mãe,

Vou dar uma volta.

 

Foi pela estrada,

Seguindo os seus passos

Que o levaram por caminhos de carros de bois,

Caminhos de cabras.

 

Passou

Por pinheiros e eucaliptos,

Carvalhos e sobreiros

Para parar numa clareira de erva verde.

 

Ali sentado

Prestou atenção aos sons.

Por entre o canto da passarada

Erguia-se um canto mais agudo.

 

Ah! Bem me parecia.

A tua casa está aqui, meu lindinho

De asas pretas douradas,

E tu estás aí dentro?

 

“Grilinho sai, sai

                       Que aí vem o teu pai

                       Com uma faca de aguilhão

                       Para te espetar o coração.”

 

Mais tarde estava sentado

Numa pedreira via lá em baixo

O verde manchado de telhas,

O rio que parecia parado no tempo.

 

Agora, destemido

Subia o fragão.

Sorte a sua não chegou alto

Pois caiu com um profundo Ai!

 

Lá longe,

Uma voz gozava com ele

Repetindo o seu grito

Ai… ai… ai… a…i.

 

Egas deu um salto

Prontinho para fugir,

Parou e disse alto

Que palerma é o eco.

 

A voz de longe,

Que palerma é o eco…

…Palerma é o eco…

…O e…c…o…

 

Egas apercebeu-se que a tarde acabava.

Levantou-se dizendo,

Até amanhã eco!

E o eco

Até amanhã eco

…Amanhã eco

…Manhã e…c…o…

  Zé Onofre

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