Por Aqui e por ali 145
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018/08/10, Casa de Xisto, Paredes de Coura
Silêncio,
É cristal puro
De transparências líquidas
Sem reflexos,
Sem refracções,
Apenas vibração única,
Suave,
Terna,
Onde as palavras nascem
De fonte pura,
Límpida.
Palavras correntes,
Fio transparente,
Sem medos, nem mágoas,
Sem sombras, nem espinhos,
Apenas palavras exactas.
Silêncio,
Solar luminoso
Onde vivo e convivo,
Onde livremente o pensamento vai
De rocha em rocha,
De penedo em penedo.
Silêncio, borboleta arco-íris
Etérea de flor em flor,
Segredando palavras
Leves como aromas,
Perfumada com todos os perfumes
De Alecrim e rosmaninho,
Que o vento correndo
Espalha
Pelos velhos caminhos da aldeia,
Em dias de sol e amêndoas
Zé Onofre