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011/02/12, EB2.3, Vila Caiz, Amarante        

Olhemos as páginas escritas.

Nelas nada há de sonhos,

Nada há de mistérios,

Nada há de aventura.

Corramos pelas páginas brancas

Em busca do vento,

Em busca das labaredas,

Em busca do infinito,

Em busca do desconhecido.

Se de repente

Na esquina alva

De uma linha por escrever,

Nos aparecer a luz,

Nos surpreender uma sombra,

Tropeçarmos numa mágoa,

A subtileza de um amanhã,

Teremos então a certeza

– A viagem não foi em vão. –

  Zé Onofre

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17/04/976

Morte à morte,

Morra o sonho

Que cria ilusões.

Morra a vida

Que cria sonhos.

Morra a Terra,

Morra!

Viva,

A vida livre

Liberta

De sonhos

Ilusões.

Viva o sonho,

Sempre!

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05/05/976

Ó alegria

De ser

Se.

Ó dor

De se

Ser

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06/05/976

Em qualquer canto,

Em qualquer esquina,

Em qualquer rua,

Em qualquer mar,

Se se souber olhar

Os homens sem serem sombras,

As ilusões

Sem serem pedras.

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07/05/976

Se!

Há tantos ses

Escondidos

Nos cantos

De cada um.

Se!

Tantos ses

Perdidos

Nos dias

Hoje

     Zé Onofre