Histórias para aprender a ler e a escrever - Livro I - A princesa Eunice
A princesa Eunice
Manuel, jovem príncipe.
Divertia-se e entristecia-se
Com seus irmãos e companheiros.
Num dia,
Sem nada de interessante para fazer
Saiu de passeio a cavalo.
Ia com os seus amigos,
Mas na verdade ia só.
Se de repente o caminho acabasse?
Se de repente o cavalo ganhasse asas?
Se de repente aparecesse um dragão?
De pergunta em pergunta
Entrava no mais profundo de uma floresta.
A floresta das bruxas.
A floresta dos lobisomens.
A floresta dos magos.
A floresta dos feiticeiros,
Ora sapos, ou águias,
Ora penedos, ou falcões.
Era a floresta mete medos às crianças.
Enquanto sonha com aventuras
De dragões a vomitarem fogo,
Passou o eucalipto da maldição.
Nem se apercebeu que estava só
Mesmo em frente ao belo castelo
Da Terrível feiticeira.
Numa das varandas
Uma bela jovem, que olhava o sem fim,
Viu-o e acenou-lhe.
Ainda bem que passei o eucalipto da maldição.
Só pode ser a bela Eunice,
Princesa desaparecida,
Que me pede socorro.
Avança num galope furioso
Contra o Castelo.
A fúria é paixão breve.
Quando chega aos portões do Castelo,
De onde Eunice lhe acenara,
Já a fúria o abandonara.
Educadamente
Puxa pela corda da sineta.
Abrem-se os portões de par em par.
Meio desconfiado,
Meio confiante,
Sobe lanço de escada,
Após lanço de escada,
0nde as portas se abrem e fecham
Misteriosamente.
Está agora frente a uma porta chapeada,
Encerrada com correntes e cadeias.
Pensa arrombar a porta,
Porém, suavemente bate à porta.
A voz suave de Eunice.
– Entre a porta está aberta.
_ Estás salva, Eunice!
_ Salva?
O meu gesto foi só um “olá, vem”.
Conta me o que se diz deste castelo?
Deve ser tudo mentira.
Os muros não têm espigões.
Os portões não estão armadilhados.
Das janelas não caem azeite a ferver de caldeirões em brasa.
O chão não se abre em fornalhas ardentes.
Minha tia desiludida com o mundo,
Recolheu-se no seu castelo.
Deixou-o fechar-se entre as árvores,
Para seu melhor repouso.
Pediu-me que a acompanhasse.
Quando me apetece saio,
Passeio,
E volto.
Aqui sinto-me bem.
Então …
Tudo mentira
Inventada por cavaleiros
Que ainda vivem na idade média
Que ainda acreditam em dragões
Lança chamas,
Que pensam que as jovens
São frágeis bonecas de porcelana.
O jovem Manuel
Foi valentemente delicado,
Fortemente esclarecido,
Decididamente meigo.
Conquistou a princesa Eunice.
Desenvolvimento
Frase – Ex.: O jovem Manuel passou o eucalipto da maldição para ver a princesa Eunice.]
Proceder como nos textos anteriores