Por aqui e por ali 89
89, medo do diferente
995/05/21
Era uma noite escura sem luar.
Cansado de longa caminhada
Vê, no alto do monte instalada,
Silhueta desconforme, invulgar.
Por um momento pensa recuar.
A razão diz-lhe – não é nada.
Co’ a coragem destroçada,
Pêlo em pé, retoma o caminhar.
De punho erguido, arma inconsequente,
Para tal monstro aniquilar,
Vai-se a ele, tremendo, violentamente.
Pára. Uma voz – não deixes o medo mandar.
Pensa um segundo serenamente.
Deixa ao menos nascer o luar.