Histórias para aprender a ler e a escrever - lIVRO I - O ramo de margharidasd
O ramo de margaridas
Era uma manhã clara de Primavera.
Naquele dia inusitado
Pais, tios e primos
Mais uma vez estavam em casa da avó.
Os primos
Não sabiam muito bem o porquê
Daquela reunião a meio da semana.
Se era Luto, se era Festa
Para eles tanto se lhes dava.
O bom era estarem ali
Mais um dia de aventuras.
Pais e tios entretidos
Em conversas acesas,
Ou a prepararem o almoço
Deixaram filhos e sobrinhos
Entregues aos cuidados
Das brincadeiras.
Chega a hora do comer
Horas de juntar as tropas.
O pelotão dos primos vem
Contrariado,
Deixara a brincadeira a meio.
Todos sentados à mesa
De talher em punho
Para começar o ataque.
É interrompido.
Pelo tio
Que serve a criançada,
Onde estão a Rita e o Ricardo?
Começaram todos a chamar,
Enquanto procuravam
Nos sítios acostumados.
Mas nem os olhos os viam,
Nemos aos ouvidos
Chegava qualquer resposta.
“Oh meu deus”,
Grita a tia “aflita”,
Caíram os dois ao tanque,
Estão por lá afogados.”
Vai tudo num tropel
Escadas abaixo
A correr para a bica.
Ouve-se um som de alívio.
Mas onde se meteram os diabretes
Do Ricardo e da Rita?
Um tio mais calmo
Sobe por um caminho,
Por descargo de consciência,
Que por ali não era costume
Espalharem a brincadeira.
Sem esperança de os encontrar
Continuou a subir a ladeira
Para os encontrar de mãos dadas..
Primos à frente
Alegres e felizes.
Tio atrás
Com forçado ar sisudo,
Que a vontade era rir,
Tomaram o caminho da casa da avó.
Aqui estão os fugitivos
Diz o guardião à entrada do terreiro.
A tia “aflita”, agora descansada,
Pergunta-lhes com cara de tia pouco amiga.
Que andaram a fazer,
Não sabem da nossa aflição?
Rita e Ricardo
Nos seus inocentes anos de criança,
Ufanos da proeza
Estendem as mãozitas
Onde brilham mais que o sol primaveril
Um ramo de silvestres margaridas.
– São para as nossas mães!