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Notas à margem

Textos escritos em cadernos, em guardanapos, em folhas encontradas ao acaso, sempre a propósito, nunca de propósito. isto é "vou escrever sobre isto". Não é assim que funciono.

Textos escritos em cadernos, em guardanapos, em folhas encontradas ao acaso, sempre a propósito, nunca de propósito. isto é "vou escrever sobre isto". Não é assim que funciono.

Notas à margem

06
Dez22

Comentário 301

Zé Onofre

                   301 

 

022/12/06

 

Sobre Palavras são Gaivotas, Sandra, 18.10.22, em crónicadassilabasasolta.blogssapo.pt

 

Andam aves à solta,

Volteando por entre azul e cinza,

Despreocupadas.  

Naquele momento voam

Sem saberem de tempestades,

De ventos parados.

Apenas sobem e descem,

Entre o verde e o azul.

 

Um dia seremos

Como aves serenas volteando

Plenos de alegria e sabedoria,

Com o coração palpitando

Ao ritmo da vida.

 

Num futuro,

Próximo ou longo,

Deixaremos de correr

De um lado para o outro,

Loucos seres

A arrancar o pão

19
Mai22

Por aqui e por ali 128

Zé Onofre

128

 

011/02/25, Biblioteca EB2.3, Vila Caiz, Amarante        

 

Silêncio …

Que bom ouvir o fluir das raízes

Nas entranhas da terra,

Os segredos dos ventos

Nas folhas macias,

O canto das aves

No cimo da madrugada,

O luar

No orvalho verde do anoitecer,

O cintilar das estrelas

Na brisa do infinito,

O crepitar do Sol

Nas sombras do amanhecer.

  Zé Onofre

 

07
Mai22

Por aqui e por ali 116

Zé Onofre

                       116

 

2000/08/23

 

Que venha o vento

Encher de música este verde vale.

De seguida

Venham as crianças,

De mãos dadas,

Cobrir os campos de alegria.

E venham os jovens

Descobrir

Nos seus corpos esbeltos

Os mistérios do amor.

Ao entardecer,

Que o sol espalhe,

Para além do horizonte,

Novas sementes de vida

Neste vale fecundadas.

  Zé Onofre

13
Dez21

Por aqui e por ali 18

Zé Onofre

                 18

 

982/04/28, Viariz BAI

 

Estava sentado

À sombra verde das ervas,

Das ervas verdes,

Na berma da estrada

Mais o seu cão lázaro.

Mais o seu cão lázaro.

 

Gostava dos sonhos que viveu,

Falava do que não viveu,

Na berma da estrada,

Ao seu cão lázaro,

Ao seu cão lázaro.

 

Caçava, com raiva,

O tempo sentado

À sombra das ervas,

Das ervas verdes,

Na berma da estrada

Mais o seu cão lázaro,

Mais o seu cão lázaro.

    Zé Onofre