111
999/05/27
Sala de Teatro do Filandorra, “Bodas de sangue”, Vila Real
Que coisa espantosa é esta
Que por espaços ignotos nos leva
E no tempo nos faz viajar?
Que coisa espantosa é esta
Que nos carrega num raio de luar
- Barca do tempo,
Gume,
Ou carinho,
Que ora nos embala nos braços do amor,
Ora nos rasga o rosto de morte
E nos embarca para o nada?
Que coisa espantosa é esta
Que faz de conta que é vida
E que mais espantoso ainda
Que é ali,
Naquele jogo de faz de conta,
Que está a vida toda,
E que nós deste lado
É que estamos a sonhar.
Zé Onofre